Por mais de uma vez, a estudante
Patrícia, de 19 anos, deixou de entrar na sala de aula porque estava atrasada e
não queria atravessar o auditório e ser "julgada" pelos colegas. Pelo
mesmo motivo, ela deixou de frequentar festas e se isolou das pessoas. A estudante
tinha medo da exposição e de ser avaliada negativamente.
Diagnosticada com fobia social -
transtorno de ansiedade caracterizado pelo sofrimento excessivo em situações de
interação social e de desempenho -, Patrícia conseguiu reduzir as crises de
ansiedade depois de se submeter a um tratamento por meio de realidade virtual
3D, realizado no Instituto de Psiquiatria da USP (IPq-HC).
Além dela, outros 20 pacientes
participaram da pesquisa e os resultados mostram redução média de 55% nas
crises de ansiedade. O problema atinge cerca de 8% da população. "Quando
estava em situações assim, eu suava frio, ficava vermelha e superansiosa. Como
a porta da sala de aula é na frente, eu morria de medo e de vergonha de
atravessar a sala toda. Ficava pensando no que as pessoas iam dizer. Isso
prejudicava meu desempenho na aula", conta a estudante.
Pesquisa. O tratamento de Patrícia
foi realizado por meio de uma pesquisa que começou no ano passado no IPq-HC e
avaliou 21 pacientes (11 homens e 10 mulheres), todos diagnosticados com fobia
social. Eles foram submetidos a sessões de realidade virtual, em que um
programa de computador traz imagens em três dimensões das situações que mais
causam ansiedade e desconforto. A pesquisa previa realizar até 12 sessões de 50
minutos, mas os resultados já foram observados a partir da quinta sessão.
Segundo a psicóloga Cristiane Maluhy
Gebara, responsável pela pesquisa, o trabalho teve como base a terapia
cognitiva comportamental e a técnica de exposição - que é a mais usada no
tratamento convencional e a mais eficaz
.Postagem: O Estadão
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