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As jovens não estão
preparadas para gestar uma vida. A organização não governamental alerta que
mulheres entre 15 e 19 anos têm duas vezes mais chance de morrer do que mães
acima dos 20 anos. Entre meninas de 10 a 14 anos a probabilidade é cinco vezes
maior (veja mais dados no quadro abaixo). Nesta última faixa etária, inclusive,
ainda com o corpo de menina, cintura e pélvis pequenas, o parto pode ter
dificuldades de realização e até ser prolongado. “O problema é coincidir a
gravidez com o desenvolvimento do corpo de adolescente”, explica Ademir Lopes
Júnior, diretor da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade
(SBMFC). O risco também está presente acima dos 15 anos, “principalmente pela
pressão alta e as complicações infecciosas relacionadas ao parto”, acrescenta
Marco Aurélio Galletta, professor de Medicina da USP e responsável pelo setor
de Gravidez na Adolescência do Hospital das Clínicas de São Paulo.
O perfil dessas
jovens mães, de acordo também com estudos da OMS, é de, geralmente, mulheres
pobres, com menos acesso à educação e moradoras de áreas rurais. No universo
daquelas entre 15 e 19 anos, estima-se que cerca de 15,2 milhões dão à luz
anualmente em países subdesenvolvidos. Muitas nem sequer entendem o que estão
passando e, desesperadas, com pouco ou quase nenhum dinheiro,
apelam para o aborto de risco, utilizado por aproximadamente 2,5 milhões.
Acabam vítimas de locais com péssimas condições sanitárias e podem sofrer
sérias consequências.
A juventude mostra
pouca adesão às orientações do pré-natal, isso impede cuidados essenciais.
Cerca de 1 milhão de crianças morrem todo ano logo no primeiro dia, ou por
asfixia (pelo nervosismo da mãe), ou por prematuridade na formação de órgãos.
Prevenção é sempre
o melhor caminho. Adolescentes que tenham objetivos definidos para o futuro e
que saibam se valorizar terão menos chances de interromper suas vidas por conta
de uma gravidez indesejada.
Quando a gravidez
acontece, os amigos se afastam, o namorado, na maior parte das vezes, também.
Sozinha, a adolescente tem de aprender a lidar com as mudanças indesejadas no
corpo, com a solidão e a decepção de ter sido abandonada e com a
responsabilidade de cuidar de uma criança. Muitas entregam seus filhos a suas
mães, como se pudessem transferir a responsabilidade, e acabam se arrependendo
mais tarde.
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