O economista alemão Jens
Arnold, chefe do Departamento de Brasil da Organização para Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE, espécie de clube de países ricos), está
convencido de que o Brasil vai retomar o crescimento em 2014. Mas também está
preocupado com a inflação estourando o teto da meta. Arnold defende mais
aumento de juros para trazer a inflação de volta para o centro da meta, de
4,5%, se o Brasil voltar a crescer mais em 2014, como a OCDE prevê. Esta também
é a expectativa dos mercados, segundo ele.
O Brasil cresceu apenas 0,6% no primeiro trimestre.
A economia está se recuperando de um padrão de baixo crescimento. As
coisas estão melhorando.
O investimento está finalmente sendo retomado. Voltou num ritmo forte no
primeiro trimestre, depois de crescimento negativo durante quatro trimestres
consecutivos.
Não se deve preocupar com a
desaceleração do consumo. O sinal mais importante é que o investimento foi
retomado. O setor privado pode estar retomando a confiança para fazer
investimentos.
O governo lançou um programa ambicioso. Há avanços na área de portos,
aeroportos, estradas.. A área de portos está mais promissora. Outra questão é a
reforma tributária. O governo fez progressos ao unificar as alíquotas do ICMS
para bens importados. Estão na direção certa, mas agora teriam que unificar as
alíquotas para tudo.
O aumento da inflação preocupa?
Sim. A inflação ultrapassou o teto da meta o Banco Central subiu em meio
ponto percentual, o que foi muito adequado, pois 0,25 ponto percentual teria
sido pouco.
E as eleições presidenciais de 2014? Nesses momentos, os governos tendem
a gastar mais, não?
As eleições podem ser um incentivo para acelerar as reformas
estruturais. O ano de 2012 foi ruim para a economia, e é normal que neste caso
se gaste mais
O Brasil ainda tem uma economia muito focada no mercado interno. Mas
também é um grande exportador agrícola e tem a China como seu principal
parceiro de comércio. Portanto, é claro que uma possível desaceleração da China
teria implicações para o Brasil. Se a economia mundial desacelerar, isso também
vai significar menor crescimento para o Brasil. Mas, ao mesmo tempo, não é isso
que vai determinar tudo: o mercado interno ainda é o grande motor de
crescimento (do Brasil).
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