A Câmara derrubou o
repasse de R$ 43 milhões para um programa relacionado à Copa do Mundo de 2014.
O dinheiro seria aplicado pelo Ministério das Comunicações na contratação de
serviços de tecnologia para transmissão de dados nas áreas dos estádios. A
transferência foi rejeitada em votação simbólica.
Excetuando-se o PT, todos os partidos –de governo e de oposição—
posicionaram-se contra a providência. Fizeram isso num instante em que Dilma
Rousseff sustenta que não há dinheiro público na Copa. Os R$ 43 milhões estavam
camuflados numa medida provisória que prevê a destinação de R$ 3,96 bilhões
para diversas áreas –entre elas o combate à seca no Nordeste e às enchentes no
Sul e Sudeste.
Deve-se ao líder do PPS, Rubens Bueno (PR), o pedido para que o
“contrabando” da Copa fosse votado separadamente. A iniciativa teve adesão
instantânea. Atacada nas ruas, a Fifa tornou-se uma organização indefesa na
Câmara. Sucederam-se os discursos ecoando os cartazes que pedem nas passeatas
escolas e hospitais “padrão Fifa.”
Afora o deputado Sibá Machado (AC), que falou em nome da
liderança do PT, apenas o também petista Arlindo Chinaglia (SP), líder de Dilma
na Câmara, defendeu o adendo futebolístico enfiado na MP das intempéries
climáticas.
“Quem afirma que o dinheiro vai para a Fifa fala por ignorância
ou má-fé”, disse Chinaglia. “Seria a mesma coisa que afirmar que todo
investimento em logística, para criar condições para realizar a Copa das Confederações
e a Copa do Mundo, fosse dinheiro endereçado à Fifa. Não é. Trata-se de
investimento que vai continuar beneficiando o povo brasileiro. No caso dessa
MP, é dinheiro para telecomunicações, para melhorar o funcionamento da banda
larga e da tecnologia 4 G. Vai servir para a Copa, é óbvio. Mas será um
investimento que vai ficar para o Brasil.”
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