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segunda-feira, 10 de junho de 2013

VIGOREXIA

É necessário exercitar-se e não há problema algum em frequentar academias, muito menos em gostar do que se vê no espelho. Pelo contrário, nosso corpo deve ser cuidado como a máquina que ocupamos. Sem manutenção e cuidados, qualquer equipamento estraga facilmente com o tempo. O problema, na verdade, é o excesso, pois escraviza quando se torna o centro da vida do indivíduo.
Mesmo coisas essencialmente positivas, como o exercício físico, quando levadas ao extremo, podem ser prejudiciais. O mais preocupante, porém, nem é o excesso em si, mas o que leva a pessoa a esse excesso. O abuso de musculação pode ser um sinal de “vigorexia”, ou “transtorno dismórfico muscular”, desarranjo onde o indivíduo sempre se vê pequeno. Não importa o quanto treine, para ele nunca é suficiente. Indivíduos acometidos por esse transtorno podem até mesmo arriscar sua saúde e sua vida ao abusar de esteroides anabolizantes.. De acordo com estudos, a dependência acontece porque durante os exercícios são liberados neurotransmissores relacionados ao prazer, como a dopamina e a serotonina. “Quando o atleta termina sua atividade e sente uma incontrolável vontade de treinar em menos de 12 horas, é porque seu organismo sente falta desses neurotransmissores. Ele pode estar se viciando.”
Segundo o psiquiatra do Programa de Transtornos Alimentares do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP, Alexandre Azevedo, a vigorexia é um transtorno caracterizado por uma distorção da imagem corporal. “Seus portadores acham-se fracos e pequenos, quando na verdade são fortes e grandes. E apresentam uma necessidade obsessiva em ganhar massa muscular e promover uma maior definição corporal. Ela é mais frequente em homens jovens entre 15 e 25 anos (idade de início de sintomas
Existem fatores sociais e culturais que podem estar envolvidos no desenvolvimento do transtorno em homens. A pressão da sociedade por um corpo forte e musculoso, como se isso definisse o que é ser homem, é semelhante à pressão por um corpo magro e esquálido que leva tantas mulheres a um transtorno mais conhecido: a anorexia. Não há nada menos viril do que insegurança e baixa autoestima, que o vigoréxico tenta combater com treinamentos pesados. Sem saber como ser homem, os vigoréxicos não percebem que a obsessão com a aparência os afasta cada vez mais da masculinidade.


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