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terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Trabalho escravo e infantil no interior paulista

Houve resgate de 19 trabalhadores, além de 7 menores. Produto seguia para grandes supermercados da capital.

Ação da Polícia Rodoviária Federal, Ministério do Trabalho e Ministério Público do Trabalho foi realizada em três cidades: Pedra Bela, Joanópolis e Piracaia 
Dezenove trabalhadores foram encontrados nesta terça-feira (21) em condições análogas à de escravos em carvoarias do interior de São Paulo. Sete crianças e adolescentes também foram flagrados trabalhando durante uma megaoperação conjunta para combater o crime em Pedra Bela, Joanópolis e Piracaia. Ao todo, dez estabelecimentos foram alvo da blitz, e seis acabaram interditados.

Em Pedra Bela, na Carvoaria Bela Chama, a equipe de reportagem flagrou o momento em que uma adolescente de 16 anos auxiliava na seleção do carvão.
19 trabalhadores foram encontrados em carvoarias diferentes, além de adolescentes e crianças (Foto: Thiago Reis/G1)
Operação em carvoarias do interior de SP irá continuar
Dez trabalhadores foram encontrados no local – parte deles sem a carteira assinada e exame médico realizado. Apesar das irregularidades, como falta de equipamentos de proteção, máquinas inadequadas, fiação elétrica exposta, fossa sanitária a céu aberto, falta de armários e janelas sem a devida vedação, não foi configurado trabalho escravo. A carvoaria, no entanto, teve a produção e os alojamentos interditados e terá de se adequar para voltar a funcionar.

Em Piracaia, 19 trabalhadores foram encontrados em condições análogas à de escravos em três carvoarias diferentes.
'Quase na periferia de São Paulo encontrar trabalho escravo, menores trabalhando, é absurdo', afirmou Luiz Antonio de Medeiros, superintendente regional do Trabalho e Emprego de São Paulo (Foto: Thiago Reis/G1)
‘Quase na periferia de São Paulo encontrar trabalho
escravo, menores trabalhando, é absurdo‘, afirma
Luiz Antonio de Medeiros, superintendente regional
do Trabalho e Emprego de São Paulo
Em Joanópolis, a quantidade de menores de idade surpreendeu os fiscais. Quatro adolescentes foram flagrados na linha de produção. Eles foram afastados das funções.
O procurador do Trabalho Tiago Cavalcanti, que fez parte do grupo que foi até a cidade, diz que os alojamentos também não estavam adequados. “Havia risco de alguém tomar um choque devido à fiação. Materiais inflamáveis estavam acondicionados sem nenhum cuidado”, afirma.

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