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domingo, 25 de agosto de 2013

Médicos cubanos chegam e evitam falar de salário

Duzentos e seis médicos chegaram ao Brasil ontem para participar do Programa Mais Médicos do Ministério da Saúde. Eles vieram em voo fretado da Cubana Aviación e desembarcaram no Aeroporto dos Guararapes, em Recife, em clima de festa com bandeiras do seu país e do Brasil. De Recife, a maioria seguiu para Brasília. Até hoje, chegam ao país 644 profissionais formados no exterior, entre eles 400 cubanos. Eles começam amanhã treinamento de três semanas para atuar na saúde básica no interior do país e na periferia das grandes cidades.
Em entrevista coletiva, os quatro profissionais selecionados pelo ministério para falar com a imprensa evitaram falar sobre o valor dos salários. O governo federal vai pagar bolsa de R$ 10 mil para os profissionais do Mais Médicos. Mas, no caso dos cubanos, eles vieram por meio de um acordo bilateral, intermediado pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), no valor de R$ 511 milhões pagos ao governo cubano.
- Somos médicos por vocação, não por dinheiro. Trabalhamos em qualquer país não por dinheiro mas por amor - desconversou Nelson Rodriguez, de 45 anos, que lembrou que médicos do mundo inteiro, inclusive da América Latina e da África, procuram universidades cubanas de medicina.
Os quatro cubanos disseram que vieram para o Brasil por solidariedade, para colaborar nos serviços de atenção básica de Saúde e para cuidar de populações carentes. Todos eles já prestaram o mesmo serviço em países como Paquistão, Haiti, Guatemala, Venezuela e Honduras.
- Estamos muito contentes, muito felizes de estarmos no Brasil. Queremos colaborar com o SUS. Nós nos formamos na base da solidariedade e do humanismo. Em Cuba temos o necessário para o estudo, para a saúde e para nos prepararmos o nosso futuro - disse Natacha Romero Sanches, de 44 anos, lembrando que o grupo trabalhou em outros países com piores condições.
- O Brasil é grande e belo, tem boas condições humanas e econômicas, e é correto o Ministério da Saúde reforçar o seu quadro de médicos. Quanto aos nossos salários, eles são suficientes - acrescentou, sem citar números.
Diante de contestações judiciais de corporações médicas, o ministro Alexandre Padilha (Saúde) afirmou, ontem, que o governo federal tem segurança jurídica em relação ao programa Mais Médicos e acusou seus críticos de ameaçarem a saúde da população. Na sexta-feira, a Associação Médica Brasileira (AMB) protocolou Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a suspensão do Mais Médicos.

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