Marinô Pascoal de Melo, de 45 anos, tinha um sonho de comprar um
imóvel para alugar e viver de renda. Determinado, tudo o q ganhava como catador
de latinhas e guardador de carros ele ia guardando. Ao longo de dez
anos, Marinô conseguiu juntar R$ 28 mil. Só que a história humilde e
batalhadora não teve um final feliz. Todo o esforço do homem, que é deficiente
físico, foi em vão. A bolada guardada dentro de uma mochila no armário do
quarto, sumiu.
Marinô disse que juntava o dinheiro porque a mãe não gostava de
vê-lo trabalhando a noite. “Ela vive me dizendo que, por causa da minha
condição, é perigoso eu voltar para casa com dinheiro de madrugada, com o dia
amanhecendo. Então eu fui juntando para comprar uma quitinete e viver com o
aluguel”, explica.
A mãe dele, Neide Pascoal de Melo, diz ter ficado surpresa quando
descobriu há poucos meses que o filho havia juntado a quantia. Segundo ela, o
dinheiro chegou a ser usado no ano passado, quando a casa em que moram foi
atingida por uma chuva de granizo.
“Quando teve a chuva de granizo no ano passado, ele perguntou
quanto custava para trocar as telhas furadas e me deu R$ 1,5 mil na mão. Eu
sabia que ele guardava algum dinheiro porque sempre via ele chegando com o
dinheiro do trabalho e guardando. Mas não fazia ideia de quanto tinha. Eu só
fui saber há pouco tempo, quando um neto meu precisou de dinheiro e o Marinô
resolveu emprestar. Então eu fui no quarto com ele, separamos R$ 5 mil para
emprestar e contamos o restante. Eram R$ 28 mil. Depois disso, não mexemos mais
no dinheiro”, conta a dona Neide.
Diante do questionamento inevitável sobre por que o dinheiro não
ficava guardado em um banco, Marinô responde: ”Eu nunca soube mexer com
essas coisas, nunca tive nada no banco. Há um tempo atrás, a minha mãe chegou a
abrir uma poupança para mim, mas eu dependia da minha irmã para ir lá colocar o
dinheiro. Como ela estava sempre ocupada, acabei juntando aqui mesmo”, conta
ele.
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