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terça-feira, 23 de julho de 2013

Adeus, Dominguinhos

O sanfoneiro pernambucano Dominguinhos morreu, às 18h desta terça-feira (23), aos 72 anos, em decorrência de complicações infecciosas e cardíacas, em São Paulo. O cantor lutava contra um câncer havia seis anos e estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Sírio-Libanês. José Domingos de Moraes desenvolveu insuficiência ventricular, arritmia cardíaca e diabetes. Ele foi transferido para o hospital paulista em 13 de janeiro. 
O filho mais velho do cantor, o engenheiro de gravação Mauro Moraes, comentou com pesar a morte do pai. "Eu não tenho palavras para falar do meu pai, uma pessoa querida. Mesmo a
gente tendo pouco contato nesse tempo todo, eu sempre fui muito apaixonado por ele. Uma pessoa boa, humilde e que respeitava todo mundo. Como músico então eu não tenho nem o que falar. É uma perda enorme. Ele foi um homem muito forte pra aguentar esse tempo todo, ele estava sofrendo muito. Ele foi com Deus e virou mais uma estrela lá no céu", lamenta.
MEMÓRIA - Pernambucano de Garanhuns, Dominguinhos compôs sucessos como o xote "Abri a porta" (parceria com Gilberto Gil, em 1979), "Tantas palavras" (parceria com Chico Buraque, em 1983), "Quem me levará sou eu" (parceria com Manduka, 1979) e "De volta pro aconchego" (escrita com Nando Cordel).  Além desses sucessoes, Dominguinhos também foi autor de clássicos do forró como "Só quero um xodó", "De amor eu morrerei" e "tenho sede". 

Ao longo de sua carreira, Dominguinhos gravou mais de trinta discos, entre LPs e CDs – o primeiro foi "Fim de festa", em 1964. O pernambucano chegou a vencer importantes prêmios, como o Prêmio Shell de Música 2010 e o Grammy Latino de 2002, com o CD "Chegando de mansinho".

Além de ser famoso por suas composições, o aprendiz de Luiz Gonzaga também se firmou na música brasileira como intéprete ao lado de grande nomes como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque, Toquinhoe o próprio Rei do Baião. Outros sucessos, porém, ficaram mais famosos quando cantados por artistas como Fagner, Maria Bethânia , Zizi Possi, Emílio Santiago e Elba Ramalho.
 
Dominguinhos  foi casado com a cantora e compositora Anastácia, com quem compôs Eu só quero um xodó, e depois com a também cantora Guadalupe. Com Guadalupe, teve a filha Liv Moraes, que em 2010 também começou trajetória musical.

LUTO - Em coletiva à imprensa logo após o anúncio da morte do sanfoneiro, o governador Eduardo Campos decretou luto oficial de três dias no Estado. Nesta quinta-feira, artistas como Elba Ramalho e Fagner fazem uma homenagem a Dominguinhos num show no Chevrolet Hall.

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