O
governo Dilma Rousseff está ciente das movimentações de
grupos de jovens e evangélicos para a organização de manifestações durante a Jornada Mundial da Juventude e quer evitar que ocorra um novo
desgaste político entre o Executivo e a Igreja, num momento em que era esperada
uma reaproximação entre o governo Dilma e o Vaticano.
A Jornada Mundial da Juventude,
evento organizado pela Igreja Católica que pode mobilizar cerca de 3 milhões de
jovens e peregrinos, está agendada para os dias 23 a 28 de julho, no Rio de Janeiro.
Representantes do
Palácio do Planalto já alertaram aos seus interlocutores que o evento poderá
acontecer em meio a manifestações, mas que não aceitará a ocorrência de
episódios violentos. O governo federal está em contato permanente com o governo
fluminense e a Prefeitura do Rio de Janeiro. A segurança do evento contará com
o apoio das Forças Armadas e demais tropas federais.
Autoridades do governo e do PT acreditam que a Igreja sob o
papado de Bento XVI teve um comportamento inadequado na
eleição de 2010, quando às vésperas do segundo turno de um pleito repleto de
debates de ordem moral o papa criticou projetos políticos favoráveis à
legalização do aborto e pediu que os líderes religiosos orientassem os
eleitores. Com a eleição de um novo papa que colocou no centro de sua agenda a
área social e o combate à fome e à pobreza, temas caros à administração
federal, a expectativa de auxiliares da presidente Dilma Rousseff é de que esse mal-estar passe de vez.
Além de manifestações semelhantes às que ocorreram nas últimas
semanas em que setores da sociedade aproveitaram a Copa das Confederações para pedir melhores serviços, há a
possibilidade de grupos evangélicos protestarem contra os gastos públicos na
organização da visita do papa. Em resposta, integrantes da Igreja argumentam
que não se pode esquecer que o papa Francisco é um chefe de Estado e o evento
demanda um esquema especial de segurança e logística. Segundo informações
publicadas recentemente pela imprensa, o papa citará a onda de protestos em seu
discurso no Rio por considerar que as reivindicações por maior justiça não contradizem
o Evangelho.
A missa de abertura da Jornada Mundial da Juventude acontecerá no dia 23, na Praia de
Copacabana.
Nenhum comentário :
Postar um comentário