Em um mundo globalizado, com pessoas conectadas por meio das
mais avançadas ferramentas tecnológicas, as informações entre todos os seres
humanos circulam livremente. No entanto, qual é o risco que a humanidade corre
se o poder de monitorar e até de manipular essas informações estiver nas mãos
de uma única pessoa? E se essa pessoa tiver acesso ao mundo todo em tempo real,
mesmo sem os indivíduos estarem conectados a um telefone ou computador?
“Se você pode controlar a internet, se você pode começar a
ajustar o que as pessoas dizem ou interceptar informações, você se torna muito,
muito poderoso. É o tipo de poder que, se estiver nas mãos de um governo
corrupto, dá a ele a capacidade de se manter no poder para sempre”, arriscou
dizer em entrevista ao jornal “The Telegraph” o físico inglês Tim Berners-Lee,
um dos criadores da World Wide Web (www) e considerado o pai da internet.
Se a perpetuação no poder for possível com o controle sobre a
internet, segundo avaliou o criador da rede mundial de computadores , o mundo
agora cobra do presidente Barack Obama uma explicação para a denúncia de que os
órgãos responsáveis pela inteligência dos Estados Unidos têm acesso irrestrito
todos os dias aos registros de milhões de chamadas telefônicas, seja em
ligações domésticas ou internacionais, além de dados dos servidores das
principais empresas da internet mundial, dentre elas Microsoft, Yahoo!,
Facebook, YouTube, Skype e Apple.
“A NSA construiu uma infraestrutura que permite interceptar
tudo. Com a capacidade que ela tem, a maior parte da comunicação estabelecida
entre os seres humanos na rede seria automaticamente registrada, sem que
houvesse um alvo, um objetivo para tal. Se eu quisesse ver seus e-mails ou o
telefone da sua esposa, tudo o que eu precisaria era usar esses mecanismos de
interceptação do Prism. Poderia ter acesso a e-mails, senhas, gravações de
telefone, cartões de crédito”, revelou Edward, lembrando que o Prism começou a
ser colocado em prática em 2007. Ou seja, tudo que circulou na web desde então
pode ter sido visto e até manipulado pelo governo norte-americano, sem contar
os dados e as informações obtidos por meio de ligações telefônicas. Além de
outros programas, que não são do conhecimento de Edward.
Tecnologias para vigiar os cidadãos de todo o mundo não faltam.
E vão além da rede mundial de computadores e dos telefonemas. O acesso aos
dados dos cidadãos do mundo permite monitorar os passos de cada ser humano, o
que é fácil atualmente com diferentes programas de localização presentes em
computadores e também nos smartphones, cada vez mais difundidos pelo mundo.
Além disso, há milhões de câmeras espalhadas pelo mundo, aviões
não tripuláveis e satélites artificiais espalhados em órbita da Terra. Há
também informações colhidas diariamente em cartões bancários. Os dados dos
cartões, com informações sobre tudo que se compra e por onde cada um realiza
suas transações, também são armazenados em um chip.
O chip, exigência para passaportes de países que entram nos
Estados Unidos, é um circuito eletrônico miniaturizado que armazena todo tipo
de dado e também pode ser monitorado à distância. Essa tecnologia é usada de
diferentes formas, além do cartão de crédito, e até já foi adotada em uniformes
escolares para monitorar a frequência de alunos, diante da possibilidade
instantânea de vigilância pelo chip.
Esse microchip já é inclusive anunciado pelo mundo afora como a
revolução da tecnologia mundial pela possibilidade de ser implantado de alguma
forma ao ser humano, sem a necessidade de uniforme, celular, smartphone, cartão
de crédito ou qualquer aparelho que tenha de ser utilizado pelos homens.
A ideia, já desenvolvida por empresas de tecnologia, é colocar
os chips nos seres humanos de alguma maneira, seja sob a pele, por meio de
pílula e até mesmo em um formato adesivo, semelhante a uma tatuagem, conforme
demonstrado pela empresa Motorola durante conferência sobre inovações
tecnológicas realizada na Califórnia, no fim de maio. Este chip eliminaria,
entre outras coisas, a necessidade de cartões e senhas para compras. Bastaria
acioná-lo.
Se os dados expostos em computadores e ligações telefônicas já
dão poder a quem tem acesso a essas informações, imagine se alguém conseguir o
controle sobre todos os seres humanos. Qual o risco que a humanidade corre se
algum dia todos estiverem “chipados”, como tentam induzir os revolucionários da
tecnologia, os mesmos que desenvolveram variados equipamentos de monitoramento
e que estão entre os que fizeram acordo para permitir o esquema de espionagem
comandado pelo governo norte-americano? O esquema de monitoramento mundial está
pronto, como demonstrado na denúncia de espionagem comandada por Obama. Quem
estiver com o chip, então, poderá facilmente ter todos os passos vigiados.
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