title Interativo

quarta-feira, 10 de maio de 2017

O interrogatório de Lula

Lula nega ser dono do tríplex e reforça candidatura em 2018

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva prestou depoimento nesta quarta-feira (10). Ele ficou frente a frente com o juiz federal Sérgio Moro em uma sessão que durou mais de cinco horas. No primeiro vídeo liberado pela Justiça Federal, Moro destacou que o depoimento é um ato normal no processo e, ainda, que era a oportunidade de Lula esclarecer sua versão dos acontecimentos. 
"Não tem pergunta difícil", disse Lula já no início do depoimento, afirmando que responderia a tudo e não usaria o direito de ficar em silêncio. 
Antes de começarem as perguntas, Moro explicou quais as denúncias contra o petista. A primeira parte da acusação é que Lula saberia sobre o esquema de corrupção envolvendo a Petrobras. Além disso, o ex-presidente seria questionado sobre a acusação de que foi beneficiado em um esquema da OAS, recebendo propinas, que foram pagas através do tríplex no Guarujá. 
Lula reforçou que pretende ser candidato em 2018, nas eleições presidenciais. O petista já havia manifestado a intenção em diversas ocasiões. 
Tríplex
"Nunca houve intenção de adquirir o tríplex", afirmou Lula ao ser questionado sobre a propriedade. "Tomei conhecimento desse apartamento em 2005 e voltei a tomar somente em 2013", prosseguiu o petista. Lula esclareceu que, em todas as ocasiões, era referido o apartamento simples, cuja cota foi comprada por dona Marisa Letícia, sua esposa, e não o tríplex. 
O Ministério Público Federal acusa Lula de ter recebido R$ 3,7 milhões em benefício próprio, através do triplex 164-A no Edifício Solaris, no Guarujá.
Lula confirmou que ele e Marisa chegaram a visitar o local algumas vezes e que decidiram não ficar com o imóvel, sem, no entanto, esclarecer de quem foi a ideia. O petista explicou que conversou com Leo Pinheiro, ex-presidente da OAS, mas que não aceitou que o local fosse reformado para sua família.
"Não sei se você tem mulher, mas nem sempre elas nos falam o que vão fazer", disse o ex-presidente ao argumentar que ele próprio não tinha conhecimento de tudo. "A verdade é o seguinte: não solicitei, não recebi, não paguei e não tenho nenhum tríplex", continuou. 
"Imagino que o Ministério Público vai na hora que for falar apresentar as provas. Eles devem ter pelo menos algum documento que prove o direito jurídico de propriedade para dizer que é meu o apartamento."
Destruição de provas
Em outro trecho, Moro aborta a questão de uma suposta destruição de prova. A acusação fez parte da delação de Leo Pinheiro. "Jamais disse para o Leo o que ele falou. Aliás, é outra coisa, Doutor Moro, que quero esclarecer", respondeu Lula, complementando que a destruição de documentos "nunca aconteceu e nunca vai acontecer. O petista explicou que os encontros com Pinheiro aconteceram sempre no Instituto Lula e que eram para "discutir viagem, discutir a questão do apartamento, discussões sobre o futuro da economia brasileira".  
Sítio em Atibaia
Em um dos momentos, Sergio Moro fez uma pergunta sobre o sítio em Atibaia, cuja propriedade é atribuída a Lula. "Esse é um outro processo, Dr, que quando chegar o inquérito, eu terei muito muito prazer de falar sobre isso", disse o petista, como resposta. 
Considerações finais
Depois de mais de quatro horas de perguntas, Lula pediu a palavra para proferir considerações finais. 
"Estou sendo vítima da maior caçada política que um político brasileiro já teve", iniciou Lula. "Sou julgado pela construção de um Power Point mentiroso, aquilo é ilação pura", afirmou. 

"Quero ser julgado por provas"

Após quase cinco horas de depoimento ao juiz Sergio Moro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi até a praça Santos Andrade, em frente a Universidade Federal do Paraná (UFPR), para participar de uma manifestação a seu favor. Lula chegou acompanhado da ex-presidente Dilma Rousseff e ambos foram recebidos com gritos de apoio pelos manifestantes.
"É uma emoção imensa ver vocês aqui", afirmou Dilma ao iniciar o seu discurso para condenar as reformas da Previdência e Trabalhista proposta pela governo de Michel Temer. 
Em seguida, Lula assumiu o microfone e foi fortemente aplaudido, com gritos e foguetes. "Lula, guerreiro, do povo brasileiro", gritavam os manifestantes.
O ex-presidente iniciou a sua fala agradecendo a presença dos apoiadores que se deslocarem de diversas regiões do Brasil para estarem presentes em Curitiba. 
Ao comentar sobre o seu depoimento ao juiz Sergio Moro, Lula afirmou: "Eu não quero ser julgado por interpretações, eu quero ser julgado por provas".
"Eu irei em quantas audiências for necessário, eu prestarei quantos depoimentos for necessário", completou.
De acordo com o Mídia Ninja, a manifestação reúne cerca de 50 mil participantes.
A manifestação de apoio a Lula conta com a presença de lideranças nacionais do PT, entra elas os ex-ministros Gilberto Carvalho, Luis Marinho e Maria do Rosário; os senadores Paulo Rocha, Lindberg Faria, Gleisi Hoffmann e Vanessa Graziotin; os deputados federais Carlos Zarattini e Paulo Teixeira; Guilherme Boulos, coordenador do MTST, e João Pedro Stédile, da coordenação nacional do MST; Tião Viana, governador do Acre; Wellington Dias, governador do Piauí; e Rui Falcão, presidente do PT. Informações: Notícias ao Minuto.

Nenhum comentário :

Postar um comentário