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segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Porque o alta do dólar afeta nossa vida?

Em uma reação em cadeia, o dólar tem impacto direto e indireto sobre o preço de produtos do cotidiano de gente comum.
A padaria é um exemplo desse fenômeno. Nada menos que 95% do custo de produção do pãozinho vem da farinha de trigo, boa parte dela importada de outros países, como Argentina, Uruguai e Paraguai – e a moeda de transação para os negócios globais é inevitavelmente o dólar. Para o padeiro que tira o lápis de trás da orelha e coloca as contas no papel, a lógica é simples: aumenta o valor do dólar, aumenta o preço do pão – e do sanduíche, do pão doce, do pão de queijo, do salgadinho… Praticamente tudo o que é vendido em uma padaria fica mais caro no momento do tal “nervosismo dos mercados” – como o que viveu o Brasil ao longo da última semana, quando o dólar passou de 4 reais, marca que nunca tinha sido ultrapassada desde a criação do real.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias, Pães e Bolos Industrializados (Abimapi), Claudio Zanão, o Brasil consome mais ou menos 10 milhões de toneladas de farinha de trigo por ano, das quais apenas metade é de produção nacional. E a farinha nacional não pode ser usada sozinha. Considerada de qualidade inferior, ela precisa ser misturada com a estrangeira para o pão sair como a clientela gosta.
A Abimapi, que representa a indústria de praticamente todos os produtos feitos com trigo, calcula, com base nesse último salto do dólar, um acréscimo de 5% no preço oferecido às redes supermercadistas – de fevereiro a março, já tinha ocorrido um aumento de 8%, também por influência do câmbio e dos reajustes nas contas de energia e água. “Cada empresa faz o seu planejamento. Algumas têm produto em estoque e demoram mais para repassar o preço para ganhar mercado. Outras, que comem da mão para a boca, precisam repassar o aumento com mais urgência para não quebrar”, afirma Zanão.

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