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domingo, 29 de maio de 2016

Ex-Raça Negra da fama ao vício


“Antigamente, eu dormia em hotéis cinco estrelas. Hoje em dia, eu durmo na praça, olhando para as estrelas.”
Infelizmente, a frase de Edson Café não tem nenhuma conotação romântica. O ex-músico dorme sob as estrelas por falta de um teto. Dependente químico, ele perdeu tudo o que conquistou e abandonou sua família, indo viver nas ruas paulistanas.
Entre 1992 e 2005, Café fez parte do grupo de samba Raça Negra, um dos maiores da música brasileira. Ele era encarregado por tocar violão, percussão e compor músicas.
O grupo cobrava o maior cachê brasileiro para os shows durante a década de 1990. Com Café na banda, chegou a se apresentar para mais de 1,5 milhão de pessoas em um único show. O hoje morador de rua fez parte da composição, execução e divulgação de músicas como “Cheia de Manias”, “Cigana”, “Maravilha”, “Doce Paixão” e “Ciúme de Você”.
Entretanto, as drogas não escolhem vítima por sucesso.
A vida de hoje
Os tempos de fama ficaram para trás. Hoje, Café mendiga para sobreviver. “Tem dia que eu almoço e não janto. Tem dia que eu janto e não almoço”, afirma ele.
O problema começou após o ex-músico sofrer um derrame que, de acordo com ele, foi decorrência do estresse causado pelo excesso de shows e desentendimentos dentro do Raça Negra.
O problema causou parcial paralisia de Café, impossibilitando-o de se manter nas funções até então exercidas. A princípio, o rapaz participava dos shows tocando apenas pandeiro. Com o tempo, porém, deixou de ser chamado para as apresentações. Foi nessa fase ruim de sua vida que ele buscou refúgio nas drogas.
“Eu não abandonei minha família. Eu me autoabandonei”, afirma ele.
A reportagem especial produzida pelo Câmera Record contou a história de Café e mostrou que, em dez anos, ele passou por sete clínicas de reabilitação, sempre sofrendo com recaídas. Atualmente, ele está novamente internado em uma clínica e afirma: “Só um usuário de droga entende o outro”.

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